terça-feira, 28 de agosto de 2012

"Afetos não se apagam"

 
Nathan sempre sonhara ser médico. A vida lhe pediu que desistisse de seu sonho.
Cedo precisou auxiliar a sustentar seus pais e irmãos. E cada vez seu sonho se tornava mais distante.
Décadas depois viu seu neto, pelo qual tinha um carinho especial, apresentar a mesma vontade.
Mas Nathan morreu quando o menino tinha apenas nove anos de idade. Aos 23 anos, Kevin mantinha o sonho sempre mais forte. Queria ser médico, curar as pessoas.
Como seus pais iriam pagar a faculdade era uma incógnita. O curso era muito caro. Eles eram corretores de imóveis e faziam o possível para fechar o maior número de negócios.
Certo dia, o pai de Kevin viu, no jornal local, o anúncio de alguém que queria vender uma casa.
Embora não costumasse entrar em contato com quem anunciava por sua própria conta, algo o fez telefonar.
Os donos tinham anunciado diretamente, desejando vender a casa, sem a necessidade de pagamento de comissão a corretores.
Mas acabaram marcando com o pai de Kevin uma visita para que ele conhecesse a casa.
Agendaram para a terça-feira. Quando Sherman falou com a esposa a respeito, ela o lembrou que ele tinha um compromisso anteriormente marcado.
Sherman ligou para os donos da casa e mudou a visita para a segunda, às quinze horas.
Mais tarde, eles tornaram a telefonar pedindo que ele fosse na segunda, mas pela manhã, às 11 horas.
Quando chegou ao local, Sherman descobriu que aquela casa tinha sido habitada pelos seus sogros, 15 anos antes.
Comentou isso com os proprietários mas, antes que continuassem a conversar sobre a estranha coincidência, a campainha tocou.
Era o carteiro.
Sherman ouviu o casal informar:
Não. Ninguém chamado Nathan Stein mora aqui...
Sherman se levantou rápido da cadeira e gritou: Era meu sogro!
Com as devidas explicações ao carteiro, conseguiu que a carta lhe fosse entregue, mediante assinatura de recebimento.
Era um informativo de um banco a respeito de uma conta corrente em nome de Nathan. Dizia que tal conta seria fechada em breve se ninguém a viesse reclamar, pois estava sem movimentação há anos.
O valor? Quinze mil dólares!
Sherman, sua esposa e seu filho tiveram, logo, a certeza. Fora Nathan que, de alguma forma, do mundo espiritual, envidara esforços para que ele estivesse lá, naquele momento.
Fui levado até lá no momento certo, disse Sherman. Meu sogro desejava que seu neto tivesse o dinheiro para pagar o primeiro ano da faculdade.
E a filha, mãe de Kevin, tem certeza de que seu pai que sempre cuidou dela, continua a cuidar até hoje.
 
* * *
 
A morte, de forma alguma rompe os laços do amor. Da espiritualidade, os nossos amores prosseguem a velar por nós.
Pais se esmeram no cuidado aos filhos que permaneceram na carne. Filhos, esposos, amigos têm os olhos voltados para nós, abençoando-nos ainda com seu afeto especial.
Com os Imortais aprendemos que os bons espíritos fazem todo o bem que lhes é possível. Sentem-se ditosos com as nossas alegrias.
Afligem-se com os nossos males, quando os não suportamos com resignação, porque então nenhum benefício tiramos deles.
Eles se compadecem dos nossos sofrimentos, como nos compadecemos dos de um amigo.
Assim, os bons Espíritos nos levantam o ânimo no interesse do nosso futuro.
Os parentes e amigos que nos precederam na outra vida, por nos votarem afeição, nos protegem como Espíritos, de acordo com o poder de que disponham.
Eles, como nós, são muito sensíveis aos sentimentos de amor e afeição.
 

Redação do Momento Espírita, com base em texto do livro
Mensagens de amor e amizade de Yitta Halberstam e
Judith Leventhal, ed. Butterfly e nos itens 484 a 488a de
O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb.
Em 09.02.2009.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

"Você pode fazer a diferença"



Relata a Sra. Thompson que, no seu primeiro dia de aula, parou em frente aos seus alunos da quinta série e, como todos os demais professores, lhes disse que gostava de todos por igual.

No entanto, ela sabia que isto era quase impossível, já que na primeira fila estava sentado um pequeno garoto chamado Teddy. A professora havia observado que ele não se dava bem com os colegas de classe e, muitas vezes, suas roupas estavam sujas e cheiravam mal.

Houve até momentos em que ela sentia prazer em lhe dar notas vermelhas ao corrigir suas provas e trabalhos.

Ao iniciar o ano letivo, era solicitado a cada professor que lesse com atenção a ficha escolar dos alunos, para tomar conhecimento das anotações feitas em cada ano.

A Sra. Thompson só fez isso alguns meses depois que as aulas tinham iniciado e deixou a ficha de Teddy por último.


Mas, quando a leu foi grande a sua surpresa. A professora do primeiro ano escolar de Teddy havia anotado o seguinte:
Teddy é um menino brilhante e simpático. Seus trabalhos sempre estão em ordem e muito nítidos. Tem bons modos e é muito agradável estar perto dele.

A professora do segundo ano escreveu: Teddy é um aluno excelente e muito querido por seus colegas, mas tem estado preocupado com sua mãe que está com uma doença grave e desenganada pelos médicos. A vida em seu lar deve estar sendo muito difícil.

Da professora do terceiro ano constava a seguinte anotação: A morte de sua mãe foi um golpe muito duro para Teddy. Ele procura fazer o melhor, mas seu pai não tem nenhum interesse e logo sua vida será prejudicada se ninguém tomar providências para ajudá-lo.

A professora do quarto ano escreveu: Teddy anda muito distraído e não mostra interesse algum pelos estudos. Tem poucos amigos e muitas vezes dorme na sala de aula.

A Sra. Thompson se deu conta do problema e ficou terrivelmente envergonhada. Sentiu-se ainda pior quando lembrou dos presentes de Natal que os alunos lhe haviam dado, envoltos em papéis coloridos, exceto o de Teddy, que estava enrolado num papel marrom de supermercado.

Lembra-se de que abriu o pacote com tristeza, enquanto os outros garotos riam ao ver uma pulseira faltando algumas pedras e um vidro de perfume pela metade.

Apesar das piadas ela disse que o presente era precioso e pôs a pulseira no braço e um pouco de perfume sobre a mão. Naquela ocasião, Teddy ficou um pouco mais de tempo na escola do que o costume. Lembrou-se ainda, que Teddy lhe disse que ela estava cheirosa como sua mãe.

Naquele dia, depois que todos se foram, a professora Thompson chorou por longo tempo...

Em seguida, decidiu-se a mudar sua maneira de ensinar e passou a dar mais atenção aos seus alunos, especialmente a Teddy..

Com o passar do tempo, ela notou que o garoto só melhorava. E quanto mais ela lhe dava carinho e atenção, mais ele se animava.

Ao finalizar o ano letivo, Teddy saiu como o melhor da classe. Um ano mais tarde a Sra. Thompson recebeu uma notícia, em que Teddy lhe dizia que ela era a melhor professora que teve na vida.

Seis anos depois, recebeu outra carta de Teddy contando que havia concluído o ensino médio e que ela continuava sendo a melhor professora que tivera. As notícias se repetiram até que um dia ela recebeu uma carta assinada pelo Dr. Theodore Stoddard, seu antigo aluno, mais conhecido como Teddy.

Mas a história não terminou aqui. A Sra. Thompson recebeu outra carta, em que Teddy a convidava para seu casamento e noticiava a morte de seu pai.

Ela aceitou o convite e no dia do casamento estava usando a pulseira que ganhou de Teddy anos antes, e também o perfume.

Quando os dois se encontraram, abraçaram-se por longo tempo e Teddy lhe disse ao ouvido: Obrigado por acreditar em mim e me fazer sentir importante, demonstrando-me que posso fazer a diferença.

Mas ela, com os olhos banhados em pranto, sussurrou baixinho: Você está enganado! Foi você que me ensinou que eu podia fazer a diferença, afinal eu não sabia ensinar até que o conheci.

* * *

Mais do que ensinar a ler e escrever, explicar matemática e outras matérias, é preciso ouvir os apelos silenciosos que ecoam na alma do educando.

Mais do que avaliar provas e dar notas, é importante ensinar com amor, mostrando que sempre é possível fazer a diferença...



Redação do Momento Espírita, com base
em texto de autor desconhecido.
Em 13.09.2010.




quinta-feira, 9 de agosto de 2012

"Sonho Impossível"


Conta a lenda que uma jovem mariposa de corpo frágil e alma sensível voava ao sabor do vento, quando, certa noite, viu uma estrela muito brilhante e se apaixonou.

Voltou imediatamente para casa, louca para contar à mãe que havia descoberto o que era o amor, mas ela lhe disse friamente:
- Que bobagem! As estrelas não foram feitas para que as mariposas possam voar em torno delas. Procure um poste ou um abajur e se apaixone por algo assim; para isso nós fomos criadas.

Decepcionada, a mariposa resolveu simplesmente ignorar o comentário da mãe e se permitiu ficar, novamente, alegre com sua descoberta e pensava:
- Que maravilha poder sonhar...!!!

Na noite seguinte, a estrela continuava no mesmo lugar, e ela decidiu que iria subir até o céu, voar em torno daquela luz radiante e demonstrar seu amor. Foi muito difícil ir além da altura com a qual estava acostumada, mas conseguiu subir alguns metros acima do seu vôo normal.

Entendeu que, se cada dia progredisse um pouquinho, iria terminar chegando à estrela. Desta forma, armou-se de paciência e começou a tentar vencer a distância que a separava do seu amor.

Esperava com ansiedade que a noite descesse e, quando via os primeiros raios da estrela, batia ansiosamente suas asas em direção ao firmamento.

Sua mãe ficava cada vez mais furiosa e dizia:
- Estou muito decepcionada com a minha filha! Todas as suas irmãs e primas já têm lindas queimaduras nas asas, provocadas por lâmpadas! Você devia deixar de lado esses sonhos inúteis e arranjar um amor que possa atingir.

A jovem mariposa, irritada porque ninguém respeitava o que sentia, resolveu sair de casa. Mas, como sempre acontece, ficou marcada pelas palavras da mãe e achou que ela tinha razão.

Por algum tempo, tentou esquecer a estrela, mas seu coração não a conseguia olvidar e, percebendo que a vida sem o seu verdadeiro amor não tinha sentido, resolveu retomar sua caminhada em direção ao céu.

Noite após noite, tentava voar o mais alto possível, mas, quando a manhã chegava, seu corpo estava gelado e a alma mergulhada em tristeza. Entretanto, à medida que ia ficando mais velha, passou a prestar atenção a tudo que via à sua volta.

Lá do alto podia enxergar as cidades cheias de luzes, onde, provavelmente, suas primas e irmãs já tinham encontrado um amor. Mas, ao ver as montanhas, os oceanos e as nuvens que mudavam de forma a cada minuto, a mariposa começou a amar cada vez mais sua estrela, porque era ela quem a motivava a ver um mundo tão rico e lindo.

Muito tempo depois, resolveu voltar à sua casa e soube pelos vizinhos que sua mãe, irmãs e primas haviam morrido queimadas nas lâmpadas e nas chamas das velas, destruídas pelo amor que julgavam fácil.

A mariposa, embora jamais tenha conseguido chegar à sua estrela, viveu muitos anos ainda, descobrindo que, às vezes, os amores difíceis e impossíveis trazem muito mais alegrias e benefícios do que os considerados fáceis, e que se encontram ao alcance de nossas mãos.

Com esta lenda aprendemos duas coisas: valorizar o amor e lutar pelos nossos sonhos, porque sabemos que é a realização deles que nos faz feliz e lembremos:

"O mundo está nas mãos daqueles que têm coragem de sonhar, e correr o risco de viver seus sonhos".

(desconheço a autoria)

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

"Em boca fechada não entra mosquito"


Não sei se este fato é verídico, mas divertido, com certeza ele é...rsrs (recebi por e-mail)

"Briga entre GM e Microsoft"

Algumas palavras inadequadamente colocadas podem trazer conseqüências...

Vejam a resposta da GM a Bill Gates e tirem suas conclusões .

Nota da GM para comentário do Bill Gates.

Numa feira de informática (Comdex), Bill Gates fez uma infeliz comparação da indústria de computadores com a automobilística, declarando:

"Se a GM tivesse evoluído tecnologicamente, tanto quanto a indústria de computadores evoluiu, estaríamos dirigindo carros que custariam 25 dólares e que fariam 1000 milhas por galão (algo como 420 km/l) ."

A General Motors, respondendo "na bucha", divulgou o seguinte comentário:

Se a Microsoft fabricasse carros:

01 - Toda vez que eles repintassem as linhas das estradas, você teria que comprar um carro novo;

02 - Ocasionalmente, dirigindo a 100 km/h , seu carro morreria na auto-estrada sem nenhuma razão aparente, e você teria apenas que aceitar isso, sem compreender o porquê! Depois, deveria religá-lo desligando o carro, tirando a chave do contato, fechando o vidro, saindo do carro, fechando e trancando a porta, abrindo e entrando novamente. Em seguida, sentar-se no banco, abrir o vidro, colocar a chave no contato e ligar novamente. Depois, bastaria ir em frente;

03 - Ocasionalmente a execução de uma manobra à esquerda poderia fazer com que seu carro parasse e falhasse.. Você teria então que reinstalar o motor! Por alguma estranha razão, você aceitaria isso como normal "...;

04 - A Linux faria um carro em parceria com a Apple, extremamente confiável. Cinco vezes mais rápido e dez vezes mais fácil de dirigir. Mas apenas poderia rodar em 5% das estradas;

05 - Os indicadores luminosos de falta de óleo, gasolina e bateria seriam substituídos por um simples "Falha Geral ou Defeito Genérico" (permitindo que sua imaginação identifique o erro!);

06 - Os novos assentos obrigariam todos a terem o mesmo tamanho de bunda;

07 - Em um acidente, o sistema de air bag perguntaria: "Você tem certeza que quer usar o air bag?";

08 - No meio de uma descida pronunciada, quando você ligasse o ar-condicionado, o rádio e as luzes ao mesmo tempo ao pisar no freio apareceriam uma mensagem do tipo "Este carro realizou uma operação ilegal e será desligado!";

09 - Se desligasse o seu carro utilizando a chave, sem antes ter desligado o rádio ou o pisca-alerta, ao ligá-lo novamente, ele checaria todas as funções do carro durante meia hora, e ainda lhe daria uma bronca para não fazer isto novamente;

10 - A cada novo lançamento de carro, você teria de reaprender a dirigir. Coisa fácil: voltaria à auto-escola para tirar uma nova carteira de motorista;

11 - Para desligar o carro, você teria de apertar o botão "Iniciar";

12- A única vantagem: Seus netos saberiam dirigir muito melhor do que você!


(desconheço a autoria)

terça-feira, 7 de agosto de 2012

"O Elefante Acorrentado"


Você já observou um elefante no circo? Durante o espetáculo, o enorme animal faz demonstrações de força descomunais.

Mas, antes de entrar em cena, o elefante permanece preso, quieto,contido somente por uma corrente que aprisionava uma de suas patas a uma pequena estaca cravada no solo.

Sem dúvida a estaca é um pequeno pedaço de madeira. E, ainda que a corrente fosse grossa parece óbvio que esse animal, capaz de arrancar uma árvore com sua própria força, poderia, com facilidade, arrancá-la do solo e fugir.

Que mistério! Por que não foge?
Perguntei então a um adestrador, sobre o mistério do elefante. Ele explicou que o elefante não escapa porque está amestrado.

Fiz então a pergunta óbvia. Se está amestrado, por que o prendem? Não houve resposta.

Há alguns anos descobriram que, por sorte minha, alguém havia sido bastante sábio para encontrar a resposta: 'o elefante do circo não escapa porque foi preso à estaca ainda muito pequeno'.

Fechei os olhos e imaginei o pequeno recém-nascido logo preso. Naquele momento, o elefantinho puxou, forçou, tentando se soltar.

E apesar de todo o esforço, não pode sair. A estaca era certamente muito pesada para ele.
E o elefantinho, tentava e nada. Até que um dia, cansado, aceitou o seu destino. Então, aquele elefante enorme não se solta porque acredita que não pode.

Jamais, jamais voltou a colocar em prova sua força, e isso muitas vezes acontece com a gente! Vivemos crendo em um montão de coisas que "não podemos, que não vamos conseguir", por mais que tentemos, simplesmente porque, quando éramos crianças e inexperientes, algo não deu certo ou ouvimos tantos "nãos", que isso ficou gravado na nossa memória com tanta força, que perdemos a criatividade e aceitamos o: "sempre foi assim".

De vez em quando sentimos as correntes e confirmamos o estigma: "Não posso, Nunca poderei é muito grande pra mim!". A única maneira é tentar de novo e não ter medo de enfrentar as barreiras, colocar muita coragem no coração e não ter medo de arrebentar as correntes.



segunda-feira, 6 de agosto de 2012

"O Pássaro Encantado"


Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como seu melhor amigo.
Ele era um pássaro diferente de todos os demais: era encantado.
Os pássaros comuns, se a porta da gaiola ficar aberta, vão-se embora para nunca mais voltar. Mas o pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades… As suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava.


Certa vez voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão…
Menina, eu venho das montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco do encanto que vi, como presente para ti…
E, assim, ele começava a cantar as canções e as histórias daquele mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro.

Outra vez voltou vermelho como o fogo, penacho dourado na cabeça.
Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga. As minhas penas ficaram como aquele sol, e eu trago as canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes.
E de novo começavam as histórias. A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia. E o pássaro amava a menina, e por isto voltava sempre.

Mas chegava a hora da tristeza.

Tenho de ir dizia.

Por favor, não vás. Fico tão triste. Terei saudades. E vou chorar…— E a menina fazia beicinho…

Eu também terei saudades dizia o pássaro. — Eu também vou chorar. Mas vou contar-te um segredo: as plantas precisam da água, nós precisamos do ar, os peixes precisam dos rios… E o meu encanto precisa da saudade. É aquela tristeza, na espera do regresso, que faz com que as minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for, não haverá saudade. Eu deixarei de ser um pássaro encantado. E tu deixarás de me amar.

Assim, ele partiu.

A menina, sozinha, chorava à noite de tristeza, imaginando se o pássaro voltaria. E foi numa dessas noites que ela teve uma ideia malvada: “Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá. Será meu para sempre. Não mais terei saudades. E ficarei feliz…”

Com estes pensamentos, comprou uma linda gaiola, de prata, própria para um pássaro que se ama muito. E ficou à espera.

Ele chegou finalmente, maravilhoso nas suas novas cores, com histórias diferentes para contar. Cansado da viagem, adormeceu.

Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola, para que ele nunca mais a abandonasse. E adormeceu feliz.

Acordou de madrugada, com um gemido do pássaro…
Ah! menina… O que é que fizeste? Quebrou-se o encanto. As minhas penas ficarão feias e eu esquecer-me-ei das histórias… Sem a saudade, o amor ir-se-á embora…

A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas não foi isto que aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ficando diferente. Caíram as plumas e o penacho. Os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio: deixou de cantar.

Também a menina se entristeceu. Não, aquele não era o pássaro que ela amava. E de noite ela chorava, pensando naquilo que havia feito ao seu amigo…

Até que não aguentou mais.
Abriu a porta da gaiola.


Podes ir, pássaro. Volta quando quiseres…

Obrigado, menina. Tenho de partir. E preciso de partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro de nós. Sempre que ficares com saudade, eu ficarei mais bonito. Sempre que eu ficar com saudade, tu ficarás mais bonita. E enfeitar-te-ás, para me esperar…

E partiu. Voou que voou, para lugares distantes. A menina contava os dias, e a cada dia que passava a saudade crescia.
Que bom pensava ela o meu pássaro está a ficar encantado de novo…

E ela ia ao guarda-roupa, escolher os vestidos, e penteava os cabelos e colocava uma flor na jarra.
Nunca se sabe. Pode ser que ele volte hoje…

Sem que ela se apercebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado, como o pássaro. Porque ele deveria estar a voar de qualquer lado e de qualquer lado haveria de voltar. Ah! Mundo maravilhoso, que guarda em algum lugar secreto o pássaro encantado que se ama…

E foi assim que ela, cada noite, ia para a cama, triste de saudade, mas feliz com o pensamento: “Quem sabe se ele voltará amanhã….”

E assim dormia e sonhava com a alegria do reencontro...

Autoria: Rubem Alves

domingo, 5 de agosto de 2012

"O Pote Rachado"


Um carregador de água na Índia levava dois potes grandes, ambos pendurados em cada ponta de uma vara a qual ele carregava atravessado em seu pescoço.

Um dos potes tinha uma rachadura. Enquanto o outro era perfeito e sempre chegava cheio de água no fim da longa jornada entre o poço e a casa do chefe, o outro chegava apenas com a metade da água.

Foi assim por dois anos, diariamente: o carregador entregando um pote e meio de água na casa do chefe.
Claro que o pote estava orgulhoso de suas realizações. Porém, o pote rachado estava envergonhado de sua imperfeição e sentindo-se miserável por ser capaz de realizar apenas metade do que ele havia designado a fazer.

Após perceber que por dois anos havia sido uma falha amarga, o pote falou para o homem, um dia a beira do poço:

- Estou envergonhado e quero pedir-lhe desculpas.

- Por que? perguntou o homem - De que você está envergonhado?

- Nestes dois anos eu fui capaz de entregar apenas a metade de minha carga, porque essa rachadura no meu lado faz com que a água vaze por todo o caminho da casa de seu senhor. Por causa do meu defeito, você tem que fazer todo esse trabalho e não ganha o salário completo dos seus esforços - disse o pote.

O homem ficou triste pela situação do velho pote, e com compaixão, falou:

- Quando retornarmos para a casa do meu senhor, quero que percebas as flores ao longo do caminho.

De fato, a medida que eles subiam a montanha, o velho pote rachado notou as flores selvagens ao longo do caminho, e isto lhe deu certo ânimo. Mas ao final da estrada, o pote rachado ainda se sentia mal porque tinha a metade e de novo, pediu desculpas ao homem por sua falha.

Disse, então, o homem ao pote:

- Você notou que pelo caminho só havia flores do seu lado? Eu, ao conhecer o seu defeito, tirei vantagem dele e lancei sementes de flores no seu caminho. E cada dia, enquanto voltávamos do poço, você as regava. Por dois anos eu pude colher flores para ornamentar a mesa do meu senhor. Sem você ser do jeito que é, ele não poderia ter esta beleza para dar graça a sua casa.

"Cada um de nós temos os nossos "defeitos", todos nós somos potes rachados". Porém se permitirmos, podemos usar estes nossos defeitos para embelezar as nossas vidas. Nunca devemos ter medo dos nossos defeitos. Se os reconhecermos, eles poderão causar beleza.
Das nossas fraquezas podemos tirar forças.

Lembre-se sempre: NUNCA TE JULGUES INÚTIL, DEUS TE FEZ SEM CÓPIA...

(desconheço a autoria)

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

"O Virtual e o Real"


Estamos vivendo um período em que dois mundos se confundem: o virtual e o real.
     
Muitas pessoas, especialmente jovens, adolescentes e crianças, dedicam horas do seu dia no mundo virtual.
     
Por falta de alguém que lhes oriente ou lhes faça companhia no mundo real, buscam suprir essa carência na Internet.
     
Batem longos papos... virtuais. Olhos nos olhos? Não.
Talvez nem se conheçam.
     
Trocam abraços apertados, mas não sentem
o calor humano.
     
É um mundo atraente, porque oferece uma grande variedade de opções e exige esforço mínimo.
     
Nesse mundo, gastam horas e horas sem perceber
que o tempo passou.
     
Sentam-se confortavelmente diante de um microcomputador e viajam pelo mundo... sem sair de casa.
     
Não é preciso enfrentar problemas no trânsito, nem pagar passagem, nem sofrer com a chuva, com o calor ou o frio.
     
Muitos entram pelas portas desse fascinante mundo virtual em plena luz do sol e só se dão conta que já raiou um novo dia, quando o sono avisa que a madrugada chegou.
     
Nesse mundo em que amigos imaginários se encontram,
pouco importa a realidade de uns e de outros.
     
Eles não se conhecem, ou se conhecem pouco, mas trocam inúmeras informações, nem sempre verdadeiras,
pois isso não têm tanta importância.
     
Vivem intensamente esse mundo,
onde a imaginação tem asas...
     
Onde se pode fazer o que se deseja sem que ninguém saiba.
Conectar-se com os mais variados assuntos e
obter prazeres imaginários.
     
Poderíamos até dizer que para alguns esse mundo virtual
é mais fascinante que a realidade.
     
Será que não estamos navegando em águas
sombrias e perigosas?
     
A Internet é um avanço importante para facilitar nossa vida
e abrir novas portas de comunicação
e integração entre criaturas.
     
No entanto, não surgiu para que fechemos a porta do mundo real.
     
Não surgiu para que evitemos o contato físico com nossos familiares, nossos vizinhos e amigos.
     
O mundo virtual, por mais atraente que seja, não tem calor, nem perfume, não tem a vibração da natureza,
nem o brilho do sol.
     
É um mundo onde tudo é válido... Mas nem tudo é verdade.
Sem o contato pessoal não se pode perceber o apoio num sorriso, a compaixão num olhar, o calor de um aperto de mão, nem a docilidade de um gesto de ternura.
     
Quem se isola no mundo virtual acaba perdendo a sensibilidade e desenvolvendo a indiferença diante
dos acontecimentos reais.
     
A Internet surgiu para abrir novas possibilidades em nossas vidas, e não para que nos isolemos em casa,
fugindo da realidade, para viver da imaginação.

      Nossa caixa de mensagens pode estar abarrotada de beijos, abraços, Bom dia e Boa noite, Feliz aniversário e outras felicitações... Virtuais.
     
Isso tudo pode ser deletado com apenas um clique
ou com um defeito qualquer na máquina.
     
Mas quando um abraço aproxima dois corações
e uma voz deseja um Bom dia com convicção,
os registros ficam gravados na alma, onde nada,
nem ninguém, pode apagar.
     
Por todas essas razões, abra as portas e as janelas
para que o sol penetre em sua vida.
     
Note os vizinhos... Eles podem estar precisando de alguém que lhes diga: "Olá! Tenha um Bom dia!"
     
Ouça o choro ou a gargalhada de seus irmãos.
Eles são reais e não estão no mesmo lar que você por acaso.
     
Não se tranque em seu mundo virtual.
     
Sinta o perfume das flores...
     
Ouça o canto dos pássaros...
     
Ande na areia e deixe a espuma das ondas tocar seus pés...
     
Vivendo intensamente o mundo real, você perceberá que o mundo virtual terá outro significado em sua vida.
     
Um significado mais belo e mais abrangente.
     
Deixará de ser Fim para ser um excelente
meio de progresso. 

      Pense nisso!

(desconheço a autoria)

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

"BORBOLETAS"


Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se decepcionar é grande.

As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as dela.

Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.

As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.

Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida.

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, e principalmente a gostar de quem gosta de você.

O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!

Mário Quintana

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

"A Felicidade pode demorar..."


Às vezes as pessoas que amamos nos magoam, e nada podemos fazer senão continuar nossa jornada com nosso coração machucado.

Às vezes nos falta esperança. Às vezes o amor nos machuca profundamente, e vamos nos recuperando muito lentamente dessa ferida tão dolorosa.

Às vezes perdemos nossa fé, então descobrimos que precisamos acreditar, tanto quanto precisamos respirar...é nossa razão de existir.

Às vezes estamos sem rumo, mas alguém entra em nossa vida, e se torna o nosso destino.

Às vezes estamos no meio de centenas de pessoas, e a solidão aperta nosso coração pela falta de uma única pessoa.

Às vezes a dor nos faz chorar, nos faz sofrer, nos faz querer parar de viver, até que algo toque nosso coração, algo simples como a beleza de um pôr do sol, a magnitude de uma noite estrelada, a simplicidade de uma brisa batendo em nosso rosto.
É a força da natureza nos chamando para a vida.

Você descobre que as pessoas que pareciam ser sinceras e receberam sua confiança, te traíram sem qualquer piedade.

Você entende que o que para você era amizade, para outros era apenas conveniência, oportunismo.

Você descobre que algumas pessoas nunca disseram eu te amo, e por isso nunca fizeram amor, apenas transaram...

Descobre também que outras disseram eu te amo uma única vez. E agora temem dizer novamente, e com razão, mas se o seu sentimento for sincero poderá ajudá-las a reconstruir um coração quebrado.

Assim ao conhecer alguém, preste atenção no caminho que essa pessoa percorreu, são fatores importantes: a relação com a família, as condições econômicas nas quais se desenvolveu, (dificuldades extremas ou facilidades excessivas formam um caráter), os relacionamentos anteriores e as razões do rompimento, seus sonhos, ideais e objetivos.

Não deixe de acreditar no amor. Mas certifique-se de estar entregando seu coração para alguém que dê valor aos mesmos sentimentos que você dá.

Manifeste suas idéias e planos, para saber se vocês combinam. E certifique-se de que quando estão juntos, aquele abraço vale mais que qualquer palavra.

Esteja aberto a algumas alterações, mas jamais abra mão de tudo, pois se essa pessoa te deixar, então nada irá lhe restar.

Tenha sempre em mente que às vezes tentar salvar um relacionamento, manter um grande amor, pode ter um preço muito alto se esse sentimento não for recíproco. Pois em algum outro momento essa pessoa irá te deixar e seu sofrimento será ainda mais intenso, do que teria sido no passado.

Pode ser difícil fazer algumas escolhas, mas muitas vezes isso é necessário.

Existe uma diferença muito grande entre conhecer o caminho e percorrê-lo.

A tristeza pode ser intensa, mas jamais será eterna.

A felicidade pode demorar a chegar, mas o importante é que ela venha para ficar e não esteja apenas de passagem...

Luiz Fernando Veríssimo